A hiperinflacão não é um conceito abstrato de economistas entediados. É o que acontece quando um governo perde o controle de sua impressão de dinheiro e a máquina enlouquece.
Em que momento as coisas saem do controle?
O economista Philip Cagan deixou claro: quando os preços sobem mais de 50% em um mês, entramos em território de hiperinflação. Parece estranho, não é? Mas veja este exemplo: um saco de arroz que custa $10 hoje, $15 em 30 dias, $22,50 dois meses depois… e em um ano, $1.000. Assim de rápido se erosiona o poder de compra.
E aqui vem o pior: raramente se estabiliza nesse 50%. Os preços podem disparar em horas, não em dias. As pessoas perdem confiança, a moeda desmorona, os negócios fecham, o desemprego sobe. É um efeito dominó que destrói economias inteiras.
Os casos que não queremos repetir
Alemanha 1923: Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha suspendeu o padrão-ouro e começou a imprimir dinheiro sem controle para pagar as reparações aliadas. No pior momento, a inflação ultrapassou mais de 20% diário. Chegou ao ponto em que as pessoas queimavam notas porque custava menos do que comprar madeira para aquecimento. Assim de grave foi.
Venezuela 2016-2019: De 800% em 2016 para mais de 2.600.000% em 2019. Nicolás Maduro tentou um truque cosmético: emitir uma nova moeda eliminando zeros (100.000 bolívares = 1 bolívar soberano). Resultado: fracasso retumbante. O economista Steve Hanke resumiu perfeitamente: “reduzir zeros é uma questão estética, não resolve nada se não mudarmos a política monetária”.
Zimbábue 2008: O recorde histórico. Em novembro de 2008, a inflação anual chegou a 89,7 sextilhões por cento. Isso equivale a 98% de perda de valor por dia. Zimbábue passou para a história como o segundo pior colapso inflacionário já registrado (depois da Hungria). Até 2008, abandonaram completamente sua moeda.
E se o dinheiro não pudesse ser manipulado?
Aqui entra o Bitcoin e as criptomoedas. Ao contrário de qualquer moeda tradicional, não dependem de um governo ou de um banco central que possa decidir “vamos imprimir mais dinheiro”.
A blockchain garante que:
O fornecimento é limitado e pré-definido
Não pode ser duplicado nem manipulado
Nenhuma autoridade central controla o seu valor
Por isso, países em crise hiperinflacionária como a Venezuela estão adotando criptomoedas em massa. No Zimbábue, também se observa um aumento dramático em transações P2P em moedas digitais.
Até bancos centrais “sérios” (Suécia, Singapura, Canadá, China, Estados Unidos) estão experimentando com CBDCs (moedas digitais respaldadas pelo estado). Embora aqui haja um detalhe interessante: provavelmente não terão uma oferta fixa como o Bitcoin, portanto, ainda estarão suscetíveis à manipulação.
O padrão que se repete
Veja o padrão: crise política → má gestão → impressão de dinheiro → desvalorização acelerada → colapso. E sempre que isso acontece, há um momento em que as pessoas finalmente perdem a confiança na moeda fiduciária e se voltam para alternativas.
É isso que está a acontecer agora com as criptomoedas. Não é um meme, é uma mudança fundamental na forma como as pessoas veem o dinheiro quando o sistema tradicional falha.
A pergunta não é se haverá mais hiperinflações. A pergunta é quando elas chegarão e quem estará preparado.
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Quando a moeda se torna papel: assim colapsam as economias
A hiperinflacão não é um conceito abstrato de economistas entediados. É o que acontece quando um governo perde o controle de sua impressão de dinheiro e a máquina enlouquece.
Em que momento as coisas saem do controle?
O economista Philip Cagan deixou claro: quando os preços sobem mais de 50% em um mês, entramos em território de hiperinflação. Parece estranho, não é? Mas veja este exemplo: um saco de arroz que custa $10 hoje, $15 em 30 dias, $22,50 dois meses depois… e em um ano, $1.000. Assim de rápido se erosiona o poder de compra.
E aqui vem o pior: raramente se estabiliza nesse 50%. Os preços podem disparar em horas, não em dias. As pessoas perdem confiança, a moeda desmorona, os negócios fecham, o desemprego sobe. É um efeito dominó que destrói economias inteiras.
Os casos que não queremos repetir
Alemanha 1923: Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha suspendeu o padrão-ouro e começou a imprimir dinheiro sem controle para pagar as reparações aliadas. No pior momento, a inflação ultrapassou mais de 20% diário. Chegou ao ponto em que as pessoas queimavam notas porque custava menos do que comprar madeira para aquecimento. Assim de grave foi.
Venezuela 2016-2019: De 800% em 2016 para mais de 2.600.000% em 2019. Nicolás Maduro tentou um truque cosmético: emitir uma nova moeda eliminando zeros (100.000 bolívares = 1 bolívar soberano). Resultado: fracasso retumbante. O economista Steve Hanke resumiu perfeitamente: “reduzir zeros é uma questão estética, não resolve nada se não mudarmos a política monetária”.
Zimbábue 2008: O recorde histórico. Em novembro de 2008, a inflação anual chegou a 89,7 sextilhões por cento. Isso equivale a 98% de perda de valor por dia. Zimbábue passou para a história como o segundo pior colapso inflacionário já registrado (depois da Hungria). Até 2008, abandonaram completamente sua moeda.
E se o dinheiro não pudesse ser manipulado?
Aqui entra o Bitcoin e as criptomoedas. Ao contrário de qualquer moeda tradicional, não dependem de um governo ou de um banco central que possa decidir “vamos imprimir mais dinheiro”.
A blockchain garante que:
Por isso, países em crise hiperinflacionária como a Venezuela estão adotando criptomoedas em massa. No Zimbábue, também se observa um aumento dramático em transações P2P em moedas digitais.
Até bancos centrais “sérios” (Suécia, Singapura, Canadá, China, Estados Unidos) estão experimentando com CBDCs (moedas digitais respaldadas pelo estado). Embora aqui haja um detalhe interessante: provavelmente não terão uma oferta fixa como o Bitcoin, portanto, ainda estarão suscetíveis à manipulação.
O padrão que se repete
Veja o padrão: crise política → má gestão → impressão de dinheiro → desvalorização acelerada → colapso. E sempre que isso acontece, há um momento em que as pessoas finalmente perdem a confiança na moeda fiduciária e se voltam para alternativas.
É isso que está a acontecer agora com as criptomoedas. Não é um meme, é uma mudança fundamental na forma como as pessoas veem o dinheiro quando o sistema tradicional falha.
A pergunta não é se haverá mais hiperinflações. A pergunta é quando elas chegarão e quem estará preparado.