A reunião do FOMC de 29 de outubro revelou alguns sinais incomuns — embora, como esperado, tenha cortado a taxa de juros em 25 pontos base, levando a taxa de fundos federais para a faixa de 3,75% a 4%, a votação foi de 10 a 2, com divergências visíveis.

O presidente do Fed de Kansas City, Esther George, insistiu em manter a política inalterada, enquanto o membro do conselho, Christopher Waller, adotou uma postura mais agressiva, pedindo uma redução de 50 pontos base. Essa divisão interna não é comum em reuniões recentes.

Na declaração após a reunião, houve algumas mudanças sutis. O Fed continuou a usar a expressão "crescimento do emprego desacelerando, taxa de desemprego aumentando, mas ainda relativamente baixa em agosto", mas acrescentou uma frase: "os riscos de queda no mercado de trabalho aumentaram nos últimos meses". A atividade econômica ainda está em expansão moderada, a inflação caiu em relação ao início do ano, mas permanece elevada — essas expressões demonstram cautela.

A notícia mais impactante foi a decisão de encerrar o programa de redução do balanço a partir de 1 de dezembro, com os títulos de dívida que vencerem sendo reinvestidos em títulos do Tesouro. Quanto à possibilidade de mais cortes em dezembro, Jerome Powell deixou o mercado com uma resposta fria: há uma grande divergência dentro do comitê sobre o que fazer em dezembro, e uma nova redução de juros "não está garantida".

Essa postura ambígua, combinada com os dados de emprego do ADP nos EUA, que superaram as expectativas recentemente, pode fazer o mercado reconsiderar suas apostas sobre o caminho da política até o final do ano.