Nos últimos dois anos, os preços aumentaram de forma agressiva, e os bancos centrais elevaram as taxas de juros cinco vezes consecutivas. Alguém perguntou: o que exatamente significa inflação? Como é que o aumento das taxas de juros se relaciona com a inflação? Como podemos encontrar oportunidades nesta fase de mercado? Hoje vou explicar tudo.
Significado de inflação: o dinheiro está a perder valor, os preços estão a disparar
Inflação, simplificando, é uma subida contínua dos preços ao longo de um período de tempo. Por outro lado, isso significa que o dinheiro que tens perdeu valor — os mesmos 100 euros, que antes compravam 5 quilos de arroz, agora só compram 3 quilos.
O indicador mais direto para medir a inflação chama-se Índice de Preços ao Consumidor (CPI). Quanto mais sobe o CPI, maior é a perda de poder de compra.
Como surge a inflação? Três principais motores
Demanda impulsionada: Quando todos querem comprar coisas, a oferta não consegue acompanhar a procura, e os preços sobem. As empresas ganham dinheiro e gastam-no, aumentando ainda mais a procura, formando um ciclo vicioso de subida. Este tipo de inflação impulsiona o crescimento do PIB, e os países gostam disso.
Aumento de custos: O aumento dos preços das matérias-primas eleva diretamente os preços dos produtos. Durante o conflito Rússia-Ucrânia em 2022, as importações de energia na Europa foram dificultadas, e os preços da energia subiram 10 vezes, com a inflação na zona euro a ultrapassar 10% ao ano, atingindo um máximo histórico. Este tipo de inflação prejudica o crescimento económico, e todos os países sofrem com isso.
Super emissão de moeda: Quando o governo imprime dinheiro em excesso, há demasiada moeda a perseguir uma quantidade limitada de bens. Taiwan na década de 1950 já passou por isso, quando, para cobrir o défice, imprimiu dinheiro loucamente, e 800 mil francos franceses valiam apenas 1 dólar americano.
Expectativas de subida: Quando as pessoas acreditam que os preços vão continuar a subir, tendem a gastar mais e a pedir aumentos salariais, os comerciantes aumentam os preços, e entra-se num ciclo vicioso. Este é o maior medo dos bancos centrais, porque uma vez que as expectativas de inflação aumentam, é difícil de as controlar.
Como é que o aumento das taxas de juros combate a inflação?
Quando a inflação sai do controlo, os bancos centrais elevam as taxas de juros. A lógica é simples: taxas de juro mais altas tornam o crédito mais caro.
Antes, um empréstimo com taxa de 1% significava pagar 10 mil euros de juros anuais numa dívida de 1 milhão. Com uma taxa de 5%, o mesmo empréstimo passa a custar 50 mil euros por ano. Quem ainda quer emprestar dinheiro nesta situação? A maioria prefere guardar o dinheiro no banco.
A liquidez do mercado diminui, a procura por bens reduz-se, e os comerciantes são forçados a baixar os preços para atrair compradores, fazendo a inflação recuar naturalmente.
Mas a que custo? As empresas deixam de contratar, há mais despedimentos, o desemprego aumenta, o crescimento económico desacelera, e até pode haver recessão. Por isso, o aumento das taxas de juros é uma espada de dois gumes.
Uma inflação moderada é, na verdade, positiva
Muitas pessoas têm medo da inflação, mas na realidade uma inflação moderada é benéfica para a economia.
Quando as pessoas esperam que os preços subam, o desejo de consumir aumenta. A procura aquece, as empresas investem mais, a produção aumenta, e o PIB( também cresce. Na China, no início dos anos 2000, o CPI subiu de 0 para 5%, e o crescimento do PIB passou de 8% para mais de 10%.
O exemplo negativo é o Japão. Após o colapso da bolha económica na década de 1990, o país entrou em deflação (queda de preços). Como os preços estavam a cair, as pessoas preferiram poupar, evitando gastar. No final, o PIB teve crescimento negativo, e o Japão entrou nos “Trinta Anos Perdidos”.
Por isso, os bancos centrais de vários países geralmente visam manter a inflação entre 2% e 5%, evitando uma inflação demasiado baixa que cause deflação, ou demasiado alta que prejudique a economia.
Quem beneficia com a inflação?
Quem tem dívidas elevadas. A inflação faz o dinheiro em mãos perder valor, mas as dívidas que tens também diminuem na prática.
Por exemplo, há 20 anos, ao emprestar 100 mil euros com uma inflação de 3%, após 20 anos, esse valor real de 100 mil euros vale apenas cerca de 55 mil, aliviando bastante a pressão do pagamento. Assim, numa era de alta inflação, quem usa dívidas para comprar ativos (imóveis, ações, ouro) beneficia mais.
Como investir em períodos de alta inflação?
Baixa inflação favorece o mercado de ações, alta inflação prejudica-o.
Razão: alta inflação → aumento das taxas de juros → dificuldades de financiamento para as empresas → queda dos preços das ações. Em 2022, os EUA exemplificaram bem. Nesse ano, o CPI atingiu 9,1% (máximo em 40 anos), o Federal Reserve aumentou as taxas 7 vezes, elevando-as de 0,25% para 4,5%. Como resultado, o S&P 500 caiu 19%, e o Nasdaq despencou 33%.
Mas há oportunidades. As ações de empresas de energia tendem a subir durante períodos de alta inflação. Em 2022, o setor energético nos EUA teve um retorno superior a 60%, com ExxonMobil a subir 111% e Chevron a subir 74%.
) Lista de ativos para períodos de inflação
Investimento
Lógica de proteção contra inflação
Imóveis
Quando há liquidez suficiente, o dinheiro quente entra no mercado imobiliário, elevando os preços
Ouro, prata
Inversamente proporcional às taxas de juros reais, quanto maior a inflação, melhor o desempenho
Ações
Podem divergir a curto prazo, mas a longo prazo superam a inflação
Moedas fortes como o dólar
A subida das taxas de juros valoriza o dólar, oferecendo proteção contra a inflação
Ações de energia
Os preços da energia estão positivamente correlacionados com a inflação, levando a aumentos de preço
Sugestões práticas: diversificação
Se tens 10 mil euros, podes distribuir assim:
30% em ações (escolhendo empresas de energia)
30% em ouro ou metais preciosos
30% em dólares ou títulos do Tesouro dos EUA
10% em dinheiro para emergências
Desta forma, podes aproveitar o potencial de crescimento das ações, ao mesmo tempo que proteges o valor com ouro e o hedge com o dólar contra a erosão provocada pela inflação.
Por que agir durante a inflação?
Se não fizeres nada, o dinheiro guardado no banco vai perder entre 3% a 5% do seu valor por ano devido à inflação. Deixar assim, é estar a perder dinheiro.
Ao contrário, uma alocação inteligente — investindo em ações, ouro, divisas ou outros ativos anti-inflacionários — permite que a tua riqueza se preserve e até cresça, superando a taxa de inflação.
Resumo
Inflação significa aumento de preços e perda de valor do dinheiro. Uma inflação baixa estimula o crescimento, enquanto uma inflação elevada exige aumento das taxas de juros pelos bancos centrais. Embora o aumento das taxas de juros possa controlar a inflação, também prejudica a economia.
A estratégia do investidor é não manter o dinheiro parado. Distribuir os fundos de forma equilibrada entre ações, ouro, divisas e outros ativos anti-inflacionários é a melhor forma de proteger a riqueza e encontrar oportunidades na era da inflação. Especialmente em períodos de alta inflação, ativos como ações de energia, ouro e dólares costumam ter um desempenho destacado, devendo ser acompanhados de perto.
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O que significa inflação? A guerra de proteção de investimentos na era do aumento dos preços
Nos últimos dois anos, os preços aumentaram de forma agressiva, e os bancos centrais elevaram as taxas de juros cinco vezes consecutivas. Alguém perguntou: o que exatamente significa inflação? Como é que o aumento das taxas de juros se relaciona com a inflação? Como podemos encontrar oportunidades nesta fase de mercado? Hoje vou explicar tudo.
Significado de inflação: o dinheiro está a perder valor, os preços estão a disparar
Inflação, simplificando, é uma subida contínua dos preços ao longo de um período de tempo. Por outro lado, isso significa que o dinheiro que tens perdeu valor — os mesmos 100 euros, que antes compravam 5 quilos de arroz, agora só compram 3 quilos.
O indicador mais direto para medir a inflação chama-se Índice de Preços ao Consumidor (CPI). Quanto mais sobe o CPI, maior é a perda de poder de compra.
Como surge a inflação? Três principais motores
Demanda impulsionada: Quando todos querem comprar coisas, a oferta não consegue acompanhar a procura, e os preços sobem. As empresas ganham dinheiro e gastam-no, aumentando ainda mais a procura, formando um ciclo vicioso de subida. Este tipo de inflação impulsiona o crescimento do PIB, e os países gostam disso.
Aumento de custos: O aumento dos preços das matérias-primas eleva diretamente os preços dos produtos. Durante o conflito Rússia-Ucrânia em 2022, as importações de energia na Europa foram dificultadas, e os preços da energia subiram 10 vezes, com a inflação na zona euro a ultrapassar 10% ao ano, atingindo um máximo histórico. Este tipo de inflação prejudica o crescimento económico, e todos os países sofrem com isso.
Super emissão de moeda: Quando o governo imprime dinheiro em excesso, há demasiada moeda a perseguir uma quantidade limitada de bens. Taiwan na década de 1950 já passou por isso, quando, para cobrir o défice, imprimiu dinheiro loucamente, e 800 mil francos franceses valiam apenas 1 dólar americano.
Expectativas de subida: Quando as pessoas acreditam que os preços vão continuar a subir, tendem a gastar mais e a pedir aumentos salariais, os comerciantes aumentam os preços, e entra-se num ciclo vicioso. Este é o maior medo dos bancos centrais, porque uma vez que as expectativas de inflação aumentam, é difícil de as controlar.
Como é que o aumento das taxas de juros combate a inflação?
Quando a inflação sai do controlo, os bancos centrais elevam as taxas de juros. A lógica é simples: taxas de juro mais altas tornam o crédito mais caro.
Antes, um empréstimo com taxa de 1% significava pagar 10 mil euros de juros anuais numa dívida de 1 milhão. Com uma taxa de 5%, o mesmo empréstimo passa a custar 50 mil euros por ano. Quem ainda quer emprestar dinheiro nesta situação? A maioria prefere guardar o dinheiro no banco.
A liquidez do mercado diminui, a procura por bens reduz-se, e os comerciantes são forçados a baixar os preços para atrair compradores, fazendo a inflação recuar naturalmente.
Mas a que custo? As empresas deixam de contratar, há mais despedimentos, o desemprego aumenta, o crescimento económico desacelera, e até pode haver recessão. Por isso, o aumento das taxas de juros é uma espada de dois gumes.
Uma inflação moderada é, na verdade, positiva
Muitas pessoas têm medo da inflação, mas na realidade uma inflação moderada é benéfica para a economia.
Quando as pessoas esperam que os preços subam, o desejo de consumir aumenta. A procura aquece, as empresas investem mais, a produção aumenta, e o PIB( também cresce. Na China, no início dos anos 2000, o CPI subiu de 0 para 5%, e o crescimento do PIB passou de 8% para mais de 10%.
O exemplo negativo é o Japão. Após o colapso da bolha económica na década de 1990, o país entrou em deflação (queda de preços). Como os preços estavam a cair, as pessoas preferiram poupar, evitando gastar. No final, o PIB teve crescimento negativo, e o Japão entrou nos “Trinta Anos Perdidos”.
Por isso, os bancos centrais de vários países geralmente visam manter a inflação entre 2% e 5%, evitando uma inflação demasiado baixa que cause deflação, ou demasiado alta que prejudique a economia.
Quem beneficia com a inflação?
Quem tem dívidas elevadas. A inflação faz o dinheiro em mãos perder valor, mas as dívidas que tens também diminuem na prática.
Por exemplo, há 20 anos, ao emprestar 100 mil euros com uma inflação de 3%, após 20 anos, esse valor real de 100 mil euros vale apenas cerca de 55 mil, aliviando bastante a pressão do pagamento. Assim, numa era de alta inflação, quem usa dívidas para comprar ativos (imóveis, ações, ouro) beneficia mais.
Como investir em períodos de alta inflação?
Baixa inflação favorece o mercado de ações, alta inflação prejudica-o.
Razão: alta inflação → aumento das taxas de juros → dificuldades de financiamento para as empresas → queda dos preços das ações. Em 2022, os EUA exemplificaram bem. Nesse ano, o CPI atingiu 9,1% (máximo em 40 anos), o Federal Reserve aumentou as taxas 7 vezes, elevando-as de 0,25% para 4,5%. Como resultado, o S&P 500 caiu 19%, e o Nasdaq despencou 33%.
Mas há oportunidades. As ações de empresas de energia tendem a subir durante períodos de alta inflação. Em 2022, o setor energético nos EUA teve um retorno superior a 60%, com ExxonMobil a subir 111% e Chevron a subir 74%.
) Lista de ativos para períodos de inflação
Sugestões práticas: diversificação
Se tens 10 mil euros, podes distribuir assim:
Desta forma, podes aproveitar o potencial de crescimento das ações, ao mesmo tempo que proteges o valor com ouro e o hedge com o dólar contra a erosão provocada pela inflação.
Por que agir durante a inflação?
Se não fizeres nada, o dinheiro guardado no banco vai perder entre 3% a 5% do seu valor por ano devido à inflação. Deixar assim, é estar a perder dinheiro.
Ao contrário, uma alocação inteligente — investindo em ações, ouro, divisas ou outros ativos anti-inflacionários — permite que a tua riqueza se preserve e até cresça, superando a taxa de inflação.
Resumo
Inflação significa aumento de preços e perda de valor do dinheiro. Uma inflação baixa estimula o crescimento, enquanto uma inflação elevada exige aumento das taxas de juros pelos bancos centrais. Embora o aumento das taxas de juros possa controlar a inflação, também prejudica a economia.
A estratégia do investidor é não manter o dinheiro parado. Distribuir os fundos de forma equilibrada entre ações, ouro, divisas e outros ativos anti-inflacionários é a melhor forma de proteger a riqueza e encontrar oportunidades na era da inflação. Especialmente em períodos de alta inflação, ativos como ações de energia, ouro e dólares costumam ter um desempenho destacado, devendo ser acompanhados de perto.