Os mineiros de Bitcoin estão diante de uma encruzilhada. Com o preço do BTC oscilando em torno de $87.60K, a Taxa de Hash caiu para um mínimo histórico de 39.4 dólares/PH/s/dia, e a margem de lucro de muitas pequenas e médias empresas de mineração já atingiu o ponto de congelamento, com alguns mineradores listados em bolsa até apresentando prejuízos. Essa “crise de mineração” força toda a indústria a acelerar sua transição — de uma simples mineração de Bitcoin para operações de centros de dados de IA, ao mesmo tempo em que aproveitam os benefícios das energias renováveis.
A crise dos mineradores: excesso de capacidade de cálculo, custos fora de controle
Neste Q4, a situação dos mineradores não está fácil. Embora a Taxa de Hash da rede tenha atingido um recorde de mais de 1 Zettahash, isso virou um problema — quanto mais competitiva a disputa, menor é o retorno por unidade de capacidade de cálculo. A maioria das empresas de mineração define seu ponto de equilíbrio em US$40/PH/s/dia, mas atualmente a Taxa de Hash está abaixo dessa linha, o que significa que a cada segundo de operação adicional, o prejuízo aumenta.
Ainda pior, os custos de financiamento, depreciação de equipamentos e despesas com eletricidade estão pressionando tudo ao mesmo tempo. Em um ambiente de altas taxas de juros, pegar dinheiro ficou mais caro; a rápida evolução dos chips de nova geração faz os equipamentos antigos perderem valor rapidamente; e a eletricidade é a maior parte do custo de mineração. Como resultado, o custo médio por Bitcoin para os mineradores subiu para US$137.8 mil, muito acima do preço de mercado atual, reduzindo a margem de lucro líquida.
Alguns operadores começaram a reduzir a frequência de operação para economizar energia, levando a uma queda de 8% na Taxa de Hash — um sinal claro de que a indústria está em dificuldades.
A revolução da IA bate à porta: oportunidades de lucros exorbitantes em centros de dados
Enquanto os mineradores enfrentam dificuldades, uma nova oportunidade surge — a demanda explosiva por computação de IA.
Para os mineradores, isso é uma dádiva. Eles já possuem ativos essenciais para construir centros de dados de IA: contratos de fornecimento de energia estável em grande escala, infraestrutura de data center de nível profissional, sistemas de resfriamento avançados. Esses ativos se encaixam quase perfeitamente na implantação de clusters de GPUs NVIDIA, suportando o treinamento de IA generativa, com necessidades de energia e resfriamento.
Ainda melhor, cada vez mais gigantes da tecnologia estão dispostos a firmar contratos de longo prazo para serviços de IA com os mineradores. Google, Microsoft e outros precisam urgentemente de recursos computacionais externos, e a infraestrutura dos mineradores se torna altamente desejável, com estimativas de que esses contratos possam gerar bilhões de dólares em receitas estáveis.
Já há exemplos concretos dessa mudança:
Core Scientific em Q3, a receita de HPC/IA representou 21%, com crescimento acelerado.
Bitfarms é mais agressiva — planeja até 2027 sair completamente da mineração de Bitcoin, transformando suas instalações em Washington em centros de alta performance suportados por GPUs NVIDIA, apostando que a IA será o futuro.
Cipher Mining estabeleceu a meta de expandir sua capacidade de cálculo para 1.7 GW até 2026, focando em serviços de IA. Recentemente, JPMorgan elevou sua classificação para “aumentar posição”, e analistas já avaliam esses mineradores com base na lógica de avaliação de data centers (normalmente 20-25 vezes o P/E).
TeraWulf prioriza a transferência de energia para operações de IA, até sacrificando parte de sua capacidade de mineração para realocar recursos.
Curiosamente, embora esses negócios de IA dos mineradores ainda representem uma pequena fatia da receita total, o sentimento dos investidores já mudou. As ações dos mineradores começaram a se desvincular da volatilidade do preço do Bitcoin, até mesmo subindo contra a tendência durante períodos de sideways do BTC — um sinal de que o mercado está entusiasmado com a narrativa de “transição para IA”.
Ethan Vera, CEO da Luxor Technology, observa uma tendência: os mineradores estão ativamente “desligando” máquinas de mineração de Bitcoin, usando sua capacidade e energia para rodar tarefas de IA. Ele acredita que essa onda vai acelerar ainda mais.
A batalha pelas energias renováveis: redução de custos e ganhos em ESG
Ao mesmo tempo em que migram para IA, os mineradores também apostam em outro front — as energias renováveis.
Energia renovável de baixo custo é uma vantagem dupla. Do ponto de vista econômico, fontes como vento, hidro e solar têm custos marginais de geração extremamente baixos, especialmente em regiões ricas em recursos como Texas, Islândia e Canadá; do ponto de vista de imagem, no contexto de investimentos ESG, operar centros de dados com energia renovável pode elevar significativamente a classificação das empresas.
Os mineradores já estão agindo:
Sangha Renewables ativou uma instalação de 20MW de energia solar em Ector, Texas, convertendo luz solar diretamente em Bitcoin.
Phoenix Group foi para a Etiópia, aproveitando sua abundância de recursos hidrelétricos para iniciar uma operação de mineração de 30MW.
Canaan, em parceria com a Soluna, está implantando instalações de energia eólica no Texas, além de desenvolver mineradores adaptativos otimizados por IA para maximizar eficiência energética.
Segundo uma pesquisa recente da Cambridge, até 2025, mais de 52.4% da energia consumida na mineração de Bitcoin global virá de fontes renováveis (sendo 42.6% de energia eólica/hídrica e 9.8% de nuclear), um aumento expressivo em relação a 2022. Isso indica que os mineradores estão migrando em grande escala para regiões com maior concentração de energias renováveis.
Essa mudança tem impacto direto nos custos: a eletricidade representa entre 40-60% do custo total de mineração. Se puderem se estabelecer perto de fontes renováveis e assinar contratos de longo prazo a preços baixos, a estrutura de custos melhora drasticamente. Além disso, ajuda a evitar riscos como o de Tether, que no ano passado enfrentou problemas por causa do aumento de preços de energia na Uruguai, levando ao fechamento de suas operações — um alerta para o setor.
Os vencedores já emergem: ações de quem conseguiu se transformar disparam
À medida que essa grande reestruturação acontece, o mercado começa a fazer suas escolhas.
Mineradores que conseguiram se transformar estão atraindo investidores institucionais. Iris Energy (IREN), por exemplo, viu suas ações mais que quadruplicarem este ano. Cipher Mining recebeu upgrade do JPMorgan, e empresas como CleanSpark também estão ganhando atenção — todos eles adotando ativamente a transição para IA e energias renováveis.
Por outro lado, as pequenas e médias empresas que continuam focadas apenas na mineração de Bitcoin, com dívidas pesadas e sem vantagem de custos, enfrentam risco de eliminação. O analista Wolfie Zhao, da TheMinerMag, alerta que a participação de mercado dos mineradores listados nos EUA está sendo gradualmente engolida por concorrentes estrangeiros, e o cenário para esses operadores em Q4 é “extremamente desafiador”.
De modo geral, a taxa de conversão de mineração de HPC/IA deve atingir 35% até 2026, com um potencial de mercado de centenas de bilhões de dólares. Trata-se de um período de bonança para quem reage rápido, tem capital disponível e consegue acesso a energia renovável de baixo custo — esses serão os grandes vencedores.
Conclusão: o ponto de inflexão já chegou
Os mineradores de Bitcoin estão passando por uma dura fase de eliminação. Custos elevados e competição crescente tornaram a mineração de Bitcoin um setor de baixa lucratividade, enquanto a transição para centros de dados de IA e otimização com energias verdes se torna a estratégia de sobrevivência.
Os vencedores finais serão aqueles que conseguirem transformar suas vantagens de infraestrutura e recursos energéticos acumulados ao longo dos anos em operações de IA e energia limpa. Para toda a ecossistema de criptomoedas, essa mudança sinaliza um avanço importante — a indústria de Bitcoin está evoluindo rumo a um futuro mais maduro, racional e sustentável.
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Linha de vida da mineração de Bitcoin: mudança de poder de hashing para IA, energia renovável torna-se a tábua de salvação
Os mineiros de Bitcoin estão diante de uma encruzilhada. Com o preço do BTC oscilando em torno de $87.60K, a Taxa de Hash caiu para um mínimo histórico de 39.4 dólares/PH/s/dia, e a margem de lucro de muitas pequenas e médias empresas de mineração já atingiu o ponto de congelamento, com alguns mineradores listados em bolsa até apresentando prejuízos. Essa “crise de mineração” força toda a indústria a acelerar sua transição — de uma simples mineração de Bitcoin para operações de centros de dados de IA, ao mesmo tempo em que aproveitam os benefícios das energias renováveis.
A crise dos mineradores: excesso de capacidade de cálculo, custos fora de controle
Neste Q4, a situação dos mineradores não está fácil. Embora a Taxa de Hash da rede tenha atingido um recorde de mais de 1 Zettahash, isso virou um problema — quanto mais competitiva a disputa, menor é o retorno por unidade de capacidade de cálculo. A maioria das empresas de mineração define seu ponto de equilíbrio em US$40/PH/s/dia, mas atualmente a Taxa de Hash está abaixo dessa linha, o que significa que a cada segundo de operação adicional, o prejuízo aumenta.
Ainda pior, os custos de financiamento, depreciação de equipamentos e despesas com eletricidade estão pressionando tudo ao mesmo tempo. Em um ambiente de altas taxas de juros, pegar dinheiro ficou mais caro; a rápida evolução dos chips de nova geração faz os equipamentos antigos perderem valor rapidamente; e a eletricidade é a maior parte do custo de mineração. Como resultado, o custo médio por Bitcoin para os mineradores subiu para US$137.8 mil, muito acima do preço de mercado atual, reduzindo a margem de lucro líquida.
Alguns operadores começaram a reduzir a frequência de operação para economizar energia, levando a uma queda de 8% na Taxa de Hash — um sinal claro de que a indústria está em dificuldades.
A revolução da IA bate à porta: oportunidades de lucros exorbitantes em centros de dados
Enquanto os mineradores enfrentam dificuldades, uma nova oportunidade surge — a demanda explosiva por computação de IA.
Para os mineradores, isso é uma dádiva. Eles já possuem ativos essenciais para construir centros de dados de IA: contratos de fornecimento de energia estável em grande escala, infraestrutura de data center de nível profissional, sistemas de resfriamento avançados. Esses ativos se encaixam quase perfeitamente na implantação de clusters de GPUs NVIDIA, suportando o treinamento de IA generativa, com necessidades de energia e resfriamento.
Ainda melhor, cada vez mais gigantes da tecnologia estão dispostos a firmar contratos de longo prazo para serviços de IA com os mineradores. Google, Microsoft e outros precisam urgentemente de recursos computacionais externos, e a infraestrutura dos mineradores se torna altamente desejável, com estimativas de que esses contratos possam gerar bilhões de dólares em receitas estáveis.
Já há exemplos concretos dessa mudança:
Core Scientific em Q3, a receita de HPC/IA representou 21%, com crescimento acelerado.
Bitfarms é mais agressiva — planeja até 2027 sair completamente da mineração de Bitcoin, transformando suas instalações em Washington em centros de alta performance suportados por GPUs NVIDIA, apostando que a IA será o futuro.
Cipher Mining estabeleceu a meta de expandir sua capacidade de cálculo para 1.7 GW até 2026, focando em serviços de IA. Recentemente, JPMorgan elevou sua classificação para “aumentar posição”, e analistas já avaliam esses mineradores com base na lógica de avaliação de data centers (normalmente 20-25 vezes o P/E).
TeraWulf prioriza a transferência de energia para operações de IA, até sacrificando parte de sua capacidade de mineração para realocar recursos.
Curiosamente, embora esses negócios de IA dos mineradores ainda representem uma pequena fatia da receita total, o sentimento dos investidores já mudou. As ações dos mineradores começaram a se desvincular da volatilidade do preço do Bitcoin, até mesmo subindo contra a tendência durante períodos de sideways do BTC — um sinal de que o mercado está entusiasmado com a narrativa de “transição para IA”.
Ethan Vera, CEO da Luxor Technology, observa uma tendência: os mineradores estão ativamente “desligando” máquinas de mineração de Bitcoin, usando sua capacidade e energia para rodar tarefas de IA. Ele acredita que essa onda vai acelerar ainda mais.
A batalha pelas energias renováveis: redução de custos e ganhos em ESG
Ao mesmo tempo em que migram para IA, os mineradores também apostam em outro front — as energias renováveis.
Energia renovável de baixo custo é uma vantagem dupla. Do ponto de vista econômico, fontes como vento, hidro e solar têm custos marginais de geração extremamente baixos, especialmente em regiões ricas em recursos como Texas, Islândia e Canadá; do ponto de vista de imagem, no contexto de investimentos ESG, operar centros de dados com energia renovável pode elevar significativamente a classificação das empresas.
Os mineradores já estão agindo:
Sangha Renewables ativou uma instalação de 20MW de energia solar em Ector, Texas, convertendo luz solar diretamente em Bitcoin.
Phoenix Group foi para a Etiópia, aproveitando sua abundância de recursos hidrelétricos para iniciar uma operação de mineração de 30MW.
Canaan, em parceria com a Soluna, está implantando instalações de energia eólica no Texas, além de desenvolver mineradores adaptativos otimizados por IA para maximizar eficiência energética.
Segundo uma pesquisa recente da Cambridge, até 2025, mais de 52.4% da energia consumida na mineração de Bitcoin global virá de fontes renováveis (sendo 42.6% de energia eólica/hídrica e 9.8% de nuclear), um aumento expressivo em relação a 2022. Isso indica que os mineradores estão migrando em grande escala para regiões com maior concentração de energias renováveis.
Essa mudança tem impacto direto nos custos: a eletricidade representa entre 40-60% do custo total de mineração. Se puderem se estabelecer perto de fontes renováveis e assinar contratos de longo prazo a preços baixos, a estrutura de custos melhora drasticamente. Além disso, ajuda a evitar riscos como o de Tether, que no ano passado enfrentou problemas por causa do aumento de preços de energia na Uruguai, levando ao fechamento de suas operações — um alerta para o setor.
Os vencedores já emergem: ações de quem conseguiu se transformar disparam
À medida que essa grande reestruturação acontece, o mercado começa a fazer suas escolhas.
Mineradores que conseguiram se transformar estão atraindo investidores institucionais. Iris Energy (IREN), por exemplo, viu suas ações mais que quadruplicarem este ano. Cipher Mining recebeu upgrade do JPMorgan, e empresas como CleanSpark também estão ganhando atenção — todos eles adotando ativamente a transição para IA e energias renováveis.
Por outro lado, as pequenas e médias empresas que continuam focadas apenas na mineração de Bitcoin, com dívidas pesadas e sem vantagem de custos, enfrentam risco de eliminação. O analista Wolfie Zhao, da TheMinerMag, alerta que a participação de mercado dos mineradores listados nos EUA está sendo gradualmente engolida por concorrentes estrangeiros, e o cenário para esses operadores em Q4 é “extremamente desafiador”.
De modo geral, a taxa de conversão de mineração de HPC/IA deve atingir 35% até 2026, com um potencial de mercado de centenas de bilhões de dólares. Trata-se de um período de bonança para quem reage rápido, tem capital disponível e consegue acesso a energia renovável de baixo custo — esses serão os grandes vencedores.
Conclusão: o ponto de inflexão já chegou
Os mineradores de Bitcoin estão passando por uma dura fase de eliminação. Custos elevados e competição crescente tornaram a mineração de Bitcoin um setor de baixa lucratividade, enquanto a transição para centros de dados de IA e otimização com energias verdes se torna a estratégia de sobrevivência.
Os vencedores finais serão aqueles que conseguirem transformar suas vantagens de infraestrutura e recursos energéticos acumulados ao longo dos anos em operações de IA e energia limpa. Para toda a ecossistema de criptomoedas, essa mudança sinaliza um avanço importante — a indústria de Bitcoin está evoluindo rumo a um futuro mais maduro, racional e sustentável.