Dinâmicas Globais de Oferta de Café Remodelam Trajetórias de Mercado do Arábica e Robusta

Os mercados de futuros de café apresentam dinâmicas divergentes, com contratos de café arábica a subir enquanto o robusta enfrenta obstáculos. Os futuros de café arábica de março avançaram 0,15 pontos (+0,04%) nas negociações recentes, enquanto os contratos de robusta de janeiro recuaram 15 pontos (-0,34%), marcando uma diferença de desempenho de seis semanas entre as duas principais variedades de café.

Força da Moeda e Dinâmicas de Exportação Impulsionam o Arábica para C cima

Um catalisador chave para a resiliência do café arábica surge da valorização da moeda brasileira. O real brasileiro atingiu um pico de duas semanas face ao dólar americano, criando uma travagem natural na atividade de exportação do maior produtor mundial de arábica. Quando as moedas locais se fortalecem, os exportadores enfrentam lucros reduzidos nas vendas denominadas em dólares, o que limita a pressão de venda e apoia os preços. Esta dinâmica tem sido fundamental para sustentar o café arábica apesar das incertezas mais amplas do mercado.

Pressões do Lado da Oferta no Café Robusta

O café robusta enfrenta desafios crescentes devido à expansão da produção no Sudeste Asiático. Funcionários da indústria do café no Vietname anunciaram que 10% da colheita de robusta do país já foi concluída, com previsões indicando uma recolha acelerada à medida que padrões de clima mais seco emergem. Esta notícia reforça a posição dominante do Vietname como principal fornecedor mundial de café robusta e sinaliza uma disponibilidade robusta à medida que se aproxima o pico das exportações.

A Compressão de Inventários Imposta por Tarifas

Uma mudança estrutural nos padrões de inventário reflete o impacto das recentes políticas comerciais nas cadeias de abastecimento de café. As importações de café dos EUA do Brasil sofreram uma contração significativa, com as compras americanas a cair 52% face ao ano anterior durante o período de agosto a outubro, para 983.970 sacos, após a implementação de tarifas. Esta retração nas compras resultou na diminuição dos stocks nos armazéns da ICE. Os inventários de café arábica caíram para um mínimo de 1,75 anos, com 398.645 sacos, enquanto os stocks de robusta desceram a um mínimo de 11 meses, com 4.115 lotes, criando suporte subjacente aos preços num contexto de disponibilidade mais restrita a curto prazo.

Previsões Meteorológicas e de Colheitas Moldam Perspetivas de Médio Prazo

As condições meteorológicas nas principais regiões produtoras de café arábica no Brasil revelam precipitação abaixo da média. Minas Gerais, que responde por uma parte significativa da produção global de arábica, recebeu apenas 39% da precipitação média histórica durante o final de novembro, introduzindo possíveis constrangimentos de rendimento para a temporada 2026/27.

No entanto, as previsões de produção sugerem abastecimentos abundantes no horizonte. Os meteorologistas brasileiros projetam que a colheita de café arábica de 2026/27 atingirá 47,2 milhões de sacos, representando uma expansão de 29% face ao ano anterior. Simultaneamente, a produção de café arábica no Vietname deverá subir 6%, atingindo um máximo de quatro anos de 1,76 milhões de toneladas métricas, ou aproximadamente 29,4 milhões de sacos, dependendo da persistência de condições climáticas favoráveis.

Projeções internacionais reforçam a narrativa de abundância. O Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA estima que a produção global de café de 2025/26 aumentará 2,5%, atingindo um recorde de 178,68 milhões de sacos, com a produção de robusta a subir 7,9% para 81,658 milhões de sacos, apesar de uma contração marginal de 1,7% na produção de arábica.

Correntes de Políticas e Inventário

Ações regulatórias no exterior estão a contribuir para trajetórias de oferta abundantes. O Parlamento Europeu aprovou um adiamento de um ano na sua regulamentação de desflorestação, permitindo a continuação das importações agrícolas de regiões com desmatamento, sustentando assim a disponibilidade de café robusta nos canais internacionais.

Por outro lado, o aumento da atividade de exportação global atuou como contrapeso. A Organização Internacional do Café registou uma ligeira diminuição de 0,3% face ao ano anterior nas exportações mundiais de café, para 138,658 milhões de sacos, sugerindo resiliência na procura subjacente apesar do excesso de oferta.

A interação entre a compressão de inventários induzida por tarifas, a volatilidade do clima em zonas-chave de produção de arábica e as previsões de aumento de produção provavelmente determinarão as trajetórias de preços nos próximos trimestres. Os participantes devem monitorizar tanto as restrições de oferta a curto prazo como a expansão de produção a longo prazo, enquanto forças concorrentes moldam as perspetivas do mercado de café.

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