Onde estão legalmente os mercados de previsão?

Os mercados de previsões estão a passar da margem para o mainstream. Foram satirizados em South Park, tornaram os fundadores ricos através de financiamento de capital de risco e até provocaram controvérsia após um vazamento do Prémio Nobel.

South ParkOs dois líderes no espaço são a Kalshi, uma bolsa regulamentada dos EUA que liquida contratos em dólares, e a Polymarket, uma plataforma descentralizada baseada em criptomoedas construída sobre a Polygon. Juntas, elas alcançaram um volume de negociação recorde de $1,44 bilhões em setembro, com a Kalshi liderando com 60% de participação.

À medida que a sua visibilidade cresce, a atenção volta-se para uma questão chave: os mercados de previsão são legais, e onde? Para entender o debate legal, vale a pena primeiro explicar como funcionam os mercados de previsão.

O que são mercados de previsões?

Simplificando, um mercado de previsões é um mercado para apostas em eventos futuros, como resultados de eleições, desportos, padrões meteorológicos ou tendências financeiras. As pessoas compram e vendem contratos com base no resultado de eventos do mundo real. Os preços mudam dinamicamente com a crença coletiva, e cada negociação é uma aposta motivada por incentivos no futuro.

Por exemplo, considere um mercado para “A Equipa A vai ganhar o jogo de futebol?” Na plataforma, cada evento funciona como uma luta de forças entre dois lados — SIM e NÃO — cujo valor combinado é sempre igual a $1. Se você acredita que a Equipa A vai ganhar, você compra o contrato SIM; se você acredita no oposto, escolhe NÃO. À medida que os traders reagem a novos dados, rumores ou intuição, os preços mudam em tempo real. Assim, se um contrato está a ser negociado a $0,80, isso indica que o mercado acha que o evento tem 80% de chance de ocorrer. Você ganha um $1 pagamento pelo seu investimento se a sua previsão se concretizar.

Alguns mercados de previsão são off-chain, centralizados e regulamentados como a Kalshi. Outros são descentralizados e funcionam em blockchain, como a Polymarket, dando-lhes mais flexibilidade, mas menos controle regulatório.

Então, por que eles são importantes? Porque os mercados de previsão agregam novas informações, superando até mesmo as sondagens tradicionais. Com dinheiro em jogo, palpites tornam-se previsões com insights mais precisos. Em muitos casos, esses mercados acabam por traçar o futuro antes que qualquer outra pessoa o faça.

No entanto, a sua semelhança com jogos de azar ou apostas especulativas tornou a regulação complicada em várias jurisdições.

Como diferentes jurisdições tratam os mercados de previsão

Estados Unidos

O tratamento regulatório dos mercados de previsão nos EUA depende do modelo operacional da plataforma e da conformidade. Kalshi e Polymarket mostram como os reguladores tratam essas plataformas de forma diferente.

A Kalshi, totalmente regulamentada sob a CFTC como um Mercado de Contratos Designado, é autorizada a oferecer contratos de eventos legais sobre vários tópicos sob supervisão federal. Enquanto isso, seu rival descentralizado Polymarket tem uma história amarga com os reguladores. Foi multada em $1,4 milhão em 2022 por supostamente oferecer contratos de opções binárias ilícitas, forçando-a a se retirar dos usuários dos EUA. Em 2025, ela retornou ao mercado após adquirir a QCEX, uma bolsa de derivativos licenciada pela CFTC.

O contraste entre esses rivais sublinha a postura regulatória do país: a inovação é bem-vinda, mas apenas se seguir as regras.

Reino Unido e União Europeia

A maioria dos países da UE trata os mercados de previsão principalmente como áreas de jogo e possui uma abordagem regulatória fragmentada. Entretanto, o Reino Unido permite formas limitadas de mercados de previsão (bolsas de apostas ao estilo Betfair) sob a supervisão da Comissão de Jogos do Reino Unido, juntamente com rigorosas regras de proteção ao consumidor. A zona cinzenta legal, criada pela ambiguidade regulatória, limita a participação institucional e o crescimento geral desses mercados.

Consequentemente, o Reino Unido e outros países da UE, como a Bélgica, a França e a Polónia, restringiram as operações de mercados de previsões, como a Polymarket, Kalshi e outros, citando violações das regulamentações de jogo e sanções internacionais.

Países da APAC

Os países da Ásia-Pacífico tendem a adotar uma postura restritiva em relação aos mercados de previsão, muitas vezes classificando-os como plataformas de jogo. As operações licenciadas são raras ou quase impossíveis, e jurisdições como Singapura, Taiwan, Tailândia e Austrália têm considerado proibir plataformas de apostas como Polymarket e Kalshi.

Alguns especialistas argumentam que os mercados de previsão devem ser vistos como infraestruturas de dados em vez de meras plataformas especulativas. Por outro lado, a regulamentação força as plataformas a modelos centralizados ou as leva completamente para o exterior, limitando a adoção mais ampla.

Os próximos anos, e como os reguladores escolherem classificá-los, decidirão se os mercados de previsão permanecem ferramentas de nicho ou evoluem para infraestrutura financeira mainstream.

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